quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Evolução da população das regiões brasileiras nos últimos 50 anos

Nos últimos 50 anos, a população brasileira teve seu efetivo mais que duplicado (2,4 vezes), passando de pouco mais de 70 milhões em 1960, para cerca de 170 milhões segundo os dados do censo 2000. Como pode se ver, ao longo da segunda metade do século XX, o contingente populacional brasileiro foi acrescido de aproximadamente 100 milhões de pessoas, isto é, quase três vezes a população da Argentina.Se em números absolutos a população sempre cresceu, a taxa média de crescimento anual vem apresentando significativa diminuição. Assim, segundo o censo de 1960 (que revelou as tendências demográficas da década anterior), o ritmo de crescimento da população brasileira naquela data era ligeiramente superior a 3,0%. O censo de 2000 revelou que esta taxa caiu para quase a metade (1,6%). A principal explicação para esta queda tem sido a redução do ritmo do crescimento vegetativo, causado principalmente pela expressiva queda das taxas de natalidade. Grande parte dessa situação é decorrência do intenso e rápido processo de urbanização pelo qual o país vem passando.Quando analisamos o crescimento populacional sob a ótica das regiões político-administrativas que compõem o país, poderemos constatar uma série de fatos. Primeiramente, a população absoluta de todas as regiões apresentou um expressivo crescimento, embora o ritmo desse incremento tenha sido bastante diferenciado. Por exemplo, as regiões Norte e Centro-Oeste tiveram no período, um ritmo de crescimento sempre superior a média brasileira, enquanto a Região Nordeste sempre foi aquela área do Brasil que apresentou os menores índices de incremento populacional. Essa variação nos ritmos de crescimento é explicada fundamentalmente por dois aspectos: as diferenças na intensidade do crescimento vegetativo de cada região e as migrações internas.Neste ponto, vale a pena chamar a atenção para outros dois aspectos da evolução demográfica das regiões. O primeiro deles é que, embora o crescimento vegetativo venha apresentando uma queda de ritmo em todas as unidades regionais, este decréscimo tem se verificado de forma diferente no tempo e no espaço. Assim, nas regiões consideradas mais desenvolvidas (Sul e Sudeste), a diminuição aconteceu antes que no Norte e Nordeste, as duas áreas tidas como as menos desenvolvidas do país..Um segundo aspecto é que o comportamento das migrações internas também mudou, especialmente no que diz respeito às origens e destinos dos deslocamentos. Entre as décadas de 1950/70, os mais expressivos fluxos populacionais verificavam-se entre as regiões (especialmente do Nordeste para as outras unidades regionais) e tinham fundamentalmente origem rural e destino urbano. Da década de 1980 em diante, os mais expressivos deslocamentos internos da população passaram a ser mais intra-regionais e ter origem urbana (pequenas e médias cidades) e destino urbano (médias e grandes cidades).Apesar de todas transformações pelas quais o Brasil passou nos últimos 50 anos, praticamente não houve alteração no ranking das regiões mais e menos populosas do país. Aquelas com maior população absoluta atual, isto é, a Sudeste (72,3 milhões), a Nordeste (47,7 milhões) e a Sul (25,1 milhões) mantiveram-se, como em 1960, nas primeiras colocações. A única modificação ocorreu na colocação das regiões Norte e Centro-Oeste que contam hoje, respectivamente, com 12,9 milhões e 11,6 milhões de habitantes.Até o censo de 1980, o Centro-Oeste era mais populoso que o Norte, situação esta que se inverteu em 1991. A explicação para o fato é principalmente de natureza político-administrativa: em 1988 foi criado o estado do Tocantins, desmembrado de Goiás, um estado do Centro-Oeste. O novo estado foi então incorporado à Região Norte que, com isso, passou a ter cerca de 900 mil pessoas a mais em seu efetivo populacional.Uma evolução peculiar: o caso da Região NorteA Região Norte que possuía cerca de 2,5 milhões de pessoas em 1960, teve seu efetivo aumentado cerca de 5 vezes, passando para quase 13 milhões em 2000. O ritmo de crescimento da população regional passou por dois momentos distintos. Entre as décadas de 1950 `e 1970, o ritmo foi crescente; nas décadas posteriores, esse ritmo diminuiu. Mesmo assim, desde os anos 70, a região tem sido aquela que apresenta os maiores ritmos de crescimento dentre todas as unidades regionais do país.O aumento do efetivo demográfico da maior e menos populosa região do Brasil, é explicado por um conjunto de fatores onde se ressaltam as migrações internas. A criação da Zona Franca de Manaus, a implantação de projetos agrominerais, pecuários e florestais, a construção de rodovias de integração e a descoberta de ouro, atraíram expressivos contingentes de pessoas de outras regiões, a maioria delas proveniente do Nordeste, Sul e Sudeste.De maneira geral, os migrantes nordestinos dirigiram-se especialmente para o Tocantins, as porções meridionais do Pará, o Amapá e Roraima. Muitos vieram atraídos pela descoberta de veios e garimpos de ouro. Outros, em busca de terras, estabeleceram-se como posseiros em terras devolutas ou de latifúndios improdutivos. Alguns, ainda, se empregaram em projetos minerais, florestais ou participaram da construção de estradas e usinas hidrelétricas.Já os fluxos migratórios originários do Sul e do Sudeste foram atraídos pelos processos particulares de colonização. Implantados por empresas privadas, estes projetos ofereciam terras a preços baixos, especialmente em Rondônia. Assim, paranaenses, gaúchos, mineiros, dentre outros, estabeleceram-se como pequenos proprietários e, não só foram responsáveis pelo surgimento de novas áreas de agricultura comercial modernizada, como também pelo aparecimento e crescimento explosivo de novas cidades.Todavia, o fluxo de imigrantes para a Região Norte na década de 1990, embora ainda expressivo, diminuiu sensivelmente. A migração originária do Sul e do Sudeste praticamente estancou. Rondônia, o maior pólo de recepção de migrantes na década de 70, foi substituído por Roraima na década seguinte. Este último estado, por sua vez, foi substituído pelo Amapá como o maior centro receptivo de migrantes na ultima década do século XX.Por fim, um outro aspecto que vale destacar é o grande desequilíbrio demográfico existente entre os estados que compõem o Norte do país. Assim, o Pará concentra atualmente quase metade (47,9%) da população regional , seguido do Amazonas (21,7%). Portanto, apenas essas duas unidades federativas, das sete que compõem a região, concentram praticamente 70% de todo o efetivo da população regional.

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A migração originária do Sul e do Sudeste praticamente estancou.Este último estado, por sua vez, foi substituído pelo Amapá como o maior centro receptivo de migrantes na ultima década do século XX.Por fim, um outro aspecto que vale destacar é o grande desequilíbrio demográfico existente entre os estados que compõem o Norte do país

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  3. o professor quando vai ter educaçao a destancia no SABE??

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  4. a populaçao cresceu muito, e ai teve que fazer a divisao dos estados, e o ultimo estadofoi substituido pelo amapa que teve muitos imigrantes na ultima decada do ceculo xx. e com esse grande crescimento teve um desequilibrio demografico nos estados

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  5. Viiiu como é facil postar um comentário Rodrigo ? Rs

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  6. oi Rodrigo, tudo bom ?
    Só passei por aki para deixar um Oi e dizer q o site eh muito informativo. Adorei.

    Beijos, Mariana turma 82 DANTOS ANJOS

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  7. BOM DIA MARIANA, OBRIGADO PELA VISITA. FIQUEI MUITO FELIZ. SE TIVER SUGESTÕES É SÓ ENVIAR. UM ABRAÇO.

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